POLÍTICA INDUSTRIAL AINDA FAZ SENTIDO?
Quando ausente, é mortal para um país
18 de novembro
Na lógica globalista das cadeias de valor, países como a China tornaram-se as “fábricas do mundo”. Muitos, como infelizmente o Brasil, restringiram-se ao conforto de se colocarem como fornecedores de matérias-primas e alimentos não processados (commodities) e criaram excessiva dependência de importação de produtos industrializados.
Afora as consequências perversas da desindustrialização - a perda de empregos de qualidade, a vulnerabilidade das contas externas, a perda de arrecadação em meio à atual crise, um fator adicional evidencia-se: a questão da segurança no fornecimento.
Ao longo de décadas, a participação da indústria de transformação em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) reduziu-se a cerca de 10%, quando, há apenas pouco mais de uma década, representava o dobro disso.
Reverter o processo de desindustrialização, promover a reconversão da produção para as necessidades mais prementes e reconstruir nossa capacidade técnica representam, ao mesmo tempo, um enorme desafio e, também, uma oportunidade a ser aproveitada.
No entanto, isso não se dará de forma automática, apenas pela decisão das empresas. É preciso construir um ambiente de políticas macroeconômicas e de competitividade para fomentar o processo. As boas experiências internacionais e mesmo a nossa pregressa nos dão boas indicações dos caminhos a serem seguidos.
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Antonio Lacerda
Antonio Corrêa de Lacerda é doutor pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em economia política e economista. É professor-doutor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Economia Política da PUC/SP, docente associado da Fundação Dom Cabral (FDC) e professor convidado da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Atual presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon). É membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP (GACINT), do Conselho Superior de Economia da FIESP (COSEC). Foi membro do extinto Conselho Temático de Política Econômica da CNI (COPEC).
Membro do Conselho Deliberativo do Centro Internacional Celso Furtado (CICF) de Políticas de Desenvolvimento e do Conselho Editorial da Revista Cadernos do Desenvolvimento.
É articulista do Jornal “O Estado de S. Paulo” e de outros periódicos. Comentarista do Jornal da Cultura (da TV Cultura) e de outros programas televisivos, como os da GloboNews.
Sócio-fundador da AC Lacerda Consultores, foi economista-chefe e ocupou cargos de direção em grandes empresas e organizações, como Siemens (onde atuou, inclusive, na Alemanha), CIESP, ABDIB e ABINEE. Presidiu a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização da Economia (SOBEET) e o CORECON/SP.
É autor de vários artigos e escreveu ou colaborou em mais de 20 livros na área, destacando-se na área do desenvolvimento, políticas econômicas e da inserção internacional brasileira - Desnacionalização: mitos, riscos e desafios (Editora Contexto, 2000), um dos ganhadores do Prêmio Jabuti, na área de economia, dentre outros.
Seus livros mais recentes são “O mito da austeridade” (2019) e “Celso Furtado, 100 anos: pensamento e ação”(2020).
Em 2011, foi homenageado com a comenda Mario Henrique Simonsen do CORECON/SP como economista de destaque. Recebeu o prêmio “Personalidade Econômica 2017”, pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon).